quinta-feira, dezembro 25, 2008

Roteiro Animado

Estou abrindo um novo projeto de estudo voltado a roteiro para animação. O assunto já me interessa a anos e acredito que a hora seja mais do que perfeita para colocarmos os pingos nos i's :)

O objetivo é avaliar as ferramentas e macetes usados por roteiristas para criar histórias e relacionar como as mesmas funcionam para animação, se existem ou não peculiaridades e diferenças para os filmes animados etc.

É claro que, como de costume, vamos traduzir e resumir bastante coisa mas espero que possamos desenvolver e discutir também.

Abaixo existe uma lista de itens para começar a pensar no assunto:

Esses são só alguns exemplos para começarmos... É muito fácil se perder em todos os links e teorias sobre roteiros, histórias ou storytelling... então defendo que, como roteiristas temos que ver tudo isso como ferramentas mesmo: É possível contruir um roteiro apenas com um martelo mas se tivermos um prego também ajuda. O que é o mesmo que dizer: Não espere saber todos os truques antes de começar a escrever, descubra durante o processo prático... Afinal, vamos aprender coisas novas sobre histórias para o resto da vida de qualquer forma!

Alguns links úteis para quem está começando:
Alguns autores básicos para quem quer saber mais:
Alguns sites para baixar roteiros:

5 comentários:

Anônimo disse...

Um dos maiores erros ao se tentar fazer um roteiro é se preocupar demais com a forma.

O importante é contar uma história. Que tenha nexo. Que seja interessante.

E o fundamental. O roteirista tem que ser o roteirista. Nunca se deve tentar ser o diretor, o figurinista, o operador de câmera ou qualquer outra coisa. Se fizer um roteiro de fato, todos esses profissionais não terão escolha além de contar a história que você escreveu.

Paulo "Odi Ceia" Fabian

Diego Stoliar disse...

Opa Fábio, valeu pela participação... to achando bem legal, vamos continuar o bate-bola.

Concordo plenamente. Acho que se vc tiver pessoas experientes na equipe, que saibam ler o roteiro, tudo o que vc precisa fazer é escrever um bom roteiro e não haverão problemas quanto as suas intenções na história.

Por exemplo: Não precisamos dizer - "Vemos uma mão em close abrindo a gaveta de cuecas e pegando a arma que pertence a Jeremias"

"Vemos" é óbvio, tudo que está no roteiro é o que vemos e ouvimos.

"Em Close" é desnecessário. Quem lê que "Abre uma gaveta e cuecas e PEGA uma arma" já vai estar prevendo um close, a não ser que o diretor decida por uma saída melhor.

"a arma que pertence a Jeremias" não pode ser apenas citada, temos que mostrar isso de alguma forma.

Seria preciso primeiro avaliar o quanto isso é importante para história! Se não o ideal seria cortar esse detalhe.

Se for essencial para história dai poderíamos escolher entre aproveitar o close e mostrar que existe Jeremias escrito no cano ou o personagem diria dramaticamente "A arma de Jeremias" - Essas seriam as saídas mais fáceis.

Outra forma de mostrar isso seria linkar visualmente a arma "dourada" da gaveta a uma outra cena no começo do filme onde Jeremias estivesse usando a mesma arma para matar alguém e dai por diante.

A "gaveta de cuecas" passaria pelo mesmo processo. É importante? É uma Gag? É necessário?

Caso nada disso seja necessário o correto seria escrever apenas:"Abre a gaveta e pega a arma".

Novamente, como só existe essa ação nessa frase eu diria ainda que se trata de um close.

Dai o roteiro fica mais rápido de ler, mais literal e menos romanceado, mas mantemos o ritmo de leitura que é importante para a história também... quer dizer, o importante do roteiro é o funcionamento dramático através de uma escrita mais literal e não o envolvimento através das ferramentas escrita que são permitidas nos livros.

Thais Linhares disse...

Vi os coments e essa tb é uma questão que me encuca! Fiz um roteiro "semi"fechado. Quando achava importante determinado enquadramento eu detalhava, mas no geral queria deixar em aberto.
Sobretudo a questão do cenário. No meu entender, quando o cenógrafo entrasse no projeto, ele trabalharia sobre a temática e até a psicologia dos personagens, por exemplo, quando fosse montar o quarto de um vilão... colocando elementos que falem do histórico e mental deste personagem.
Foi mais ou menos assim que correu na produção em que trabalhei como cenógrafa, na Multirio. Tudo que recebia era o storyboard e layout com toda a movimentação dos personagens. O que iria aparecer e de que forma... fiquei livre pra criar. Fui atrás do clima de cada take, dos personagens "representados" por seu ambiente... Na verdade, nem havia roteiro "cru" pra ler. Já pegava no SB e vau!
Mas um amigo meu discordou e disse até que isso pode ter prejudicado minha classificação no AnimaTV. Por ele, o cenário deveria ser minuciosamente descrito já no roteiro.
Que acha?

Beijins, Thais Linhares.

Diego Stoliar disse...

Opa Thais,
no roteiro é para colocar primeiramente o que vemos e ouvimos, mas certamente não tem como colocar tudo o que vemos, então a escolha vai por incluir apenas o que é essencial para a história: dramática = lógica da ação. Colocar o que é dramático é colocar o que explica, justifica, motiva ou envolve a ação. É claro que não precisa ser 100% assim. O roteiro de filme é na verdade como um roteiro de viagem, um caminho traçado para o diretor. A partir dele o diretor vai guiar a equipe e achar o caminho na selva, o que não quer dizer que ele não possa se desviar do roteiro original quando achar necessário... quer dizer, se Jeremias é um machão e o filme é uma comédia, podemos dizer que existem cuecas rosas na gaveta, mesmo que isso não mova a ação, só construa o personagem... mas sempre, no cinema dramático, as coisas que entram no roteiro tem alguma função...

romanbruni disse...

olah. gostei muito de encontrar - finalmente - animadores com curiosidade sobre roteiro !
mas não ficou claro para mim se é um chopp virtual, ou se um encontro técnico profissional sobre roteiro.

há algum tempo venho apontando que a narrativa brasileira está muito aquém da nossa capacidade porque se perde 'alguma coisa' quando
se vai do desenho ao filme sem escalas escritas em roteiro.
discordo de um par de falas:
o roteiro não deve ser um texto fácil de ler muito menos rápido
de ler. um roteiro deve ser
exato, deve dar ao produtor a idéia do que se necessita e de quanto se vai gastar.

não é bom fazer o roteiro ficar mixturado com o roteiro do diretor de fotografia, que aliás não o lê
ele faz anotações e cria uma outra versão do roteiro quase um storyboard.

romancear num roteiro - quando não envolve adjetivos nem pronomes demonstrativos - é signo de estilo emocional.

INT NOITE A gaveta de Jeremias
""""Abre uma gaveta e cuecas e PEGA uma arma" já vai estar prevendo um close..."""
mas está se perdendo de incluir
a informação emocional:
de que jeito a mão abre a gaveta ?
resolutamente ? calmamente ?
ansiosa revirando o interior ?

conversar sobre roteiro com enfase na posição de camera é menos avançado do que Coraline.

acho que melhor do que ficarmos trocando citações e soluções de histórias inexistentes, proponho
que se escreva juntos um micro-roteiro de trinta segundos.

saluti, Roman@paradigmadigital.net
meu site está em atualização...